18/05/2010

Monos de imitación

Estamos habituados a que Sócrates e seus acólitos venham recorrentemente anunciar-nos o vanguardismo da governação. Se com o TGV vamos, finalmente, ligar-nos à Europa, com as energias renováveis e o casamento de pessoas do mesmo sexo vamos salvar o planeta e dar um passo civilizacional.
Qualquer pessoa minimamente informada sobre o que se passa "no país vizinho" sabe que toda esta retórica é copiada da propaganda do PSOE. E tudo o que Sócrates possa fazer a respeito deste "pioneirismo", Zapatero já fez primeiro! Sobre as renováveis e o TGV, estamos conversados! Falemos, então, do «passo de civilização democrática».
Se, para "salvar o país", Sócrates encontrou à "direita" o parceiro para o tango que lhe faltava há meses, já para avançar Portugal para a Europa e para a Civilização, está cá a esquerda. O BE considera que Portugal passou a estar «no conjunto dos países avançados do Mundo que dá todos os direitos a toda a gente». O PCP é mais sóbrio reconhecendo apenas «um passo para a igualdade entre os cidadãos, que vem eliminar restrições e obstáculos que havia a que as pessoas pudessem viver as suas opções sexuais em liberdade e sem discriminações».
Eu tendo a concordar com o PCP. É apenas um passo, bastante pequeno. Não compreendo a satisfação da ILGA e do Opus Gay. Não compreenddo como a lei agora promulgada pode «acabar com uma exclusão, uma fractura que diferenciava as pessoas em função da orientação sexual». Segundo a APA, que é a referência nestas matérias:
«Sexual orientation refers to an enduring pattern of emotional, romantic, and/or sexual attractions to men, women, or both sexes. (...) Research over several decades has demonstrated that sexual orientation ranges along a continuum, from exclusive attraction to the other sex to exclusive attraction to the same sex. However, sexual orientation is usually discussed in terms of three categories: heterosexual (having emotional, romantic, or sexual attractions to members of the other sex), gay/lesbian (having emotional, romantic, or sexual attractions to members of one's own sex), and bisexual (having emotional, romantic, or sexual attractions to both men and women)».
Tendo ainda em conta que «sexual orientation is closely tied to the intimate personal relationships that meet deeply felt needs for love, attachment, and intimacy. In addition to sexual behaviors, these bonds include nonsexual physical affection between partners, shared goals and values, mutual support, and ongoing commitment», a não discriminação implica, obviamente, que se permita o casamento aos que ficam no meio do continuum, ou, se quisermos categorizar, os bissexuais. Ora isto só se consegue descriminalizando a poligamia. Para não discriminar, os hetero e os homo também terão direito a casamentos poligâmicos. E quem não o admitir é polifóbico.

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