Segundo as estimativas da ERSE (aqui, em PDF), os consumidores de electricidade que estão em condições de beneficiar da Tarifa Social de Electricidade pagaram em 2010, em média, 0,166€ por cada kWh consumido. Os consumidores domésticos não abrangidos por esta "benesse", pagaram, em média, 0,163€ por cada kWh consumido.
Admitindo que o consumo se mantém em 2011, a aplicação da tarifa social permitirá aos clientes "vulneráveis" pagar, em média, 0,168€ por kWh, enquanto os restantes pagarão 0,169€. O procedimento para conseguir o desconto de 60 cêntimos por mês é tão Complicadex que, com certeza, a maioria dos clientes "vulneráveis" não irá obter o benefício a que teria direito. Os que o conseguirem, irão, em média, pagar a electricidade consumida ao mesmo preço dos clientes "normais".
Vamos lá explicar. O que se passa é que, devido ao mecanismo de formação de preços, o custo real, para o consumidor final, de cada kWh, é mais elevado para os mais "vulneráveis", ou seja, para os que consomem menos. Logo, a aplicação desta tarifa social, em 2011, o mais que consegue é, à custa de muita burocracia, equivaler os preços médios pagos pelos consumidores "vulneráveis" aos preços médios pagos por todo o mercado. No entanto, a ERSE estima que o consumo médio dos "vulneráveis" seja na ordem dos 1500 kWh anuais. Ora, o consumo médio na maioria das áreas rurais é bastante inferior a esse valor. O que significa que os consumidores "vulneráveis" que habitam essas regiões, nomeadamente os pensionistas, terão consumos bem abaixo dos 1000 kWh anuais e continuarão a pagar, por cada kWh realmente consumido, um preço médio bastante superior aos não vulneráveis!
Aliás, como explica a DECO, os consumidores realmente vulneráveis, aqueles que beneficiavam da antiga tarifa social, irão ver a sua factura aumentar significativamente!!!
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