Ainda não tive tempo para postar mais algumas impressões do relatório da OCDE sobre educação, e já me vejo obrigado, pela agenda mediática, a postar algumas impressões sobre o Economic Survey...
A primeira impressão é a retórica do investimento em energias renováveis para diminuir o défice, a grande tese mil vezes repetida pelo Ministro das Eólicas e milhões de vezes repetida pelo Simplex.
Numa secção sobre a falta de competitividade da economia e o desequilíbrio na balança comercial, diz o relatório (pp. 27-28) [sublinhados meus]:
«Portugal's large energy balance deficit is due inter alia to structural features such as above-averafe energy dependence and energy intensity [...] To tackle these problems, as well as to reduce CO2 emissions, the government has been actively promoting strong reliance on renewable energy sources and higher energy efficiency. The ambitious targets for 2020 set in the recent National Energy Strategy, which include a 20% reduction in final energy consumption and a fall in energy dependence to 74%, are expected to reduce nete energy imports by around 2000 million euros relative to 2010. Estimating the overall impact in the current account is nonetheless more complex: the fall in energy imports and the development of energy-related industrial clusters with export potential need to be weighed against more expensive electricity from renewable sources and the opportunity cost of resources channelled into renewable energy».
Não basta uma premissa irrealista da supressão de 1/5 do consumo (será que a recessão vai ser assim tão forte?) nos próximos 10 anos para fazer uma estimativa simplex da redução do deficit externo em 2 mil milhões - é preciso saber:
Quanto nos vai custar, em saldo de transações correntes, a electricidade a um preço superior aos concorrentes?
Quanto nos vai custar, em saldo de transações correntes, a canalização de fundos para a "economia verde" em vez da sua canalização para outros investimentos capazes de gerar saldo positivo na balança?
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