Às vezes, mais valia transcrever o press release do que fazer interpretações incorrectas.
Vejamos os erros desta notícia do Público com base num destaque do INE.
1. O título "Residentes são os principais clientes do turismo português" é desmentido pelo segundo parágrafo: «36,3 por cento das dormidas registadas em Portugal tiveram origem em hóspedes residentes no país». Isso equivale a dizer que 63,7% foram de residentes no estrangeiro - então, quem são os principais clientes?
2. «2008 foi o ano em que se nota que os portugueses passaram a preferir fazer férias dentro do país». Até parece que antes de 2008 "preferiam" fazer fora!!! Na verdade, os portugueses sempre "preferiram" fazer férias dentro do país. O que se passou foi que, até 2007, estava a aumentar a quota de dormidas dos portugueses no estrangeiro e em 2008 se deu um retrocesso neste índice.
3. «As regiões que registaram mais dormidas de portugueses foram o Algarve e o Norte, com 3597 e 2539, respectivamente». Obviamente, teríamos de multiplicar por mil cada um daqueles números...
4. «Os Açores e a Madeira foram as regiões com menos dormidas geradas pelo mercado interno». Foram "geradas" na Madeira mais dormidas do que no Alentejo.
5. «Os portugueses preferiram ficar maioritariamente alojados em hotéis». Isto não é propriamente um erro factual. Se considerarmos apenas o objecto do relatório citado, i.e os estabelecimentos hoteleiros, então a tipologia dominante são os hotéis. No entanto, é preciso dizer que há muito mais portugueses a fazer férias em alojamento particular do que em hotéis.
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