13/11/2009

Barrar Portugal



Esta peça da SIC mostra como o Governo faz o papel de apresentador do grande embuste que é o Programa Nacional de Barragens: «Este país não pode viver sem barragens e ninguém nos pode impedir de as construir». Ninguém! Ouviram? Nem os ambientalistas, nem as populações locais, nem os bota-abaixistas do costume, nem, muito menos, as espécies ameaçadas das áreas Natura 2000 afectadas pelas barragens: há um Perdigoto que não sabe de nada, desvia o assunto para um Pássaro sem pio.

O documento de que se fala «argumenta ainda que poucas barragens terão viabilidade económica». Santa ingenuidade! E desde quando a viabilidade económica é critério para aprovar os GRANDES INVESTIMENTOS que fazem Avançar Portugal? O argumento final é o benefício ambiental da produção de energia limpa. A qualidade da água vai piorar? Isso não é problema para o Perdigoto e não preocupa nenhum Pássaro.

O modelo de negócio é mais do que conhecido. Como já escrevi em 27 de Março, «os autarcas abrem as pernas à EDP, a qual paga ao Governo, dando este depois uma "parte das contrapartidas" aos autarcas.» Bem entendido que, como todos os negócios do género que os Governos de Sócrates têm feito, o Estado assume os riscos: «o modelo de concessão em vigor prevê que o Estado reduza o preço da concessão ou devolva parte dos mais de mil milhões de euros já recebidos, caso o impacte ambiental de cada projecto obrigue a uma redução da cota ou impeça mesmo a sua construção.» Só falta saber qual será a empresa que ganhará o negócio de desmantelar as barragens que não possam ser utilizadas...

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