18/06/2009

TVisto

Não vi a entrevista do "novo Sócrates", mas, fazendo fé nos excertos que vi no "rescaldo", creio que a SIC foi amiga. Ao velho Sócrates daria jeito uma mosca viva em estúdio para que demonstrasse que era o único líder europeu capaz de rivalizar em artes cénicas com o Presidente dos EUA. Ao novo Sócrates deu imenso jeito a mosca morta que a SIC lhe arranjou como entrevistadora.

Para mim, a TV é um meio bastante económico de "recarregar baterias". Tirando um ou outro momento excepcional, entro num estado de apatia extremamente reconfortante. Quando estou mais cansado, rapidamente passo da apatia a letargia e é nesse estado semi-consciente que sou capaz de passar horas a "ver" a SICN ou a RTPN. Foi o que aconteceu ontem durante 100' seguidos e o efeito foi tão benéfico que hoje não só me sinto satisfeito comigo como me sinto um Eduardo Cintra Torres.

Boa parte desses 100' foram passados em frente ao Directo ao Assunto, tendo eu ficado com uma percepção diferente da que tive na primeira visualização. Rangel é tão seguidista de Sócrates que também ele apareceu num tom de cordeiro manso, com várias operações de diminuição do volume. Tavares também beneficiou do efeito contagiante da entrevista do PM, tendo-se mostrado muito satisfeito consigo. A legítima satisfação com a eleição para o PE está a torná-lo ainda mais míope na leitura dos resultados eleitorais - à excepção de Portugal, os eleitores europeus não querem ultrapassar a crise pela esquerda, mas pela direita. Vá devagar ou ainda tem um acidente em contra-mão. Mais sóbrio pareceu-me Amorim, sobre o PSD e sobre o Irão, mas ter-lhe-á faltado firmeza no TGV.

Antes, num programa em que Crespo substituiu Lourenço, que havia substituído Crespo, Ricardo Costa arrumou de vez a disputa com Rui Santos sobre quem é o jornalista de TV mais satisfeito consigo (digo de TV, porque tenho dúvidas sobre a posição de Marcelino no ranking global). Sem falinhas mansas.

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