São sobejamente (?) conhecidos os nomes de Alexandre Lobo e Alves Martins, mas não será fácil nomear os bispos de Viseu do séc. XX - eu sei que um se chamou José Pedro, porque ouvia o seu nome semanalmente (há trinta e tal anos...) mas nunca o vi, nem sequer em fotografia.
Ilídio volta a trazer a Diocese às luzes da ribalta. Adepto das tecnologias que alguns ainda insistem em apelidar de "novas", gosta de se deixar fotografar teclando no portátil e revela-se grande utilizador do email e da web. Está agora na mira dos media porque «A Santa Sé está a preparar uma resposta oficial» ao que ele ilidiu sobre a utilização de preservativos.
Se bem o entendi, o que D. Ilídio diz é que a doutrina deve ser entendida no plano do ideal, mas não tem de se aplicar a «situações individuais e casos concretos». Algo parecido com a famosa posição de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o aborto. E que facilmente descamba no adágio de S. Tomás...
D. Ilídio tem passado uma imagem que me faz ver nele um homem intelectualmente honesto. Se o é, terá alguma dificuldade em resolver esse conflito entre, de um lado, a (indefensável para a esmagadora maioria dos ocidentais) posição da hierarquia católica sobre a sexualidade, do outro, as regras a aplicar «quando a pessoa infectada não prescinde das relações». Seria tempo de se darem conta de que a prática do rebanho em nada se conforma aos ideais dos pastores. Talvez os ideais estejam fundados em premissas erradas...
O que é certo é que, como bem observa na sua mensagem episcopal, os preservativos distraíram «tantos meios de comunicação social, tantos opinion makers e tantos poderes instituídos» do que poderia ter sido o essencial da mensagem do Papa em África... se o que o Papa defende sobre a sexualidade provoca riso, desprezo ou indignação, quem irá prestar atenção ao que ele diz sobre «direitos, liberdades e dignidade da pessoa humana, a começar pelas mais pobres e mais indefesas»?
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