Só tomei contacto com a escrita de Rentes de Carvalho após ele me ter sido apresentado pelo "
Artur júnior", numa das minhas excursões à posta e ao tinto do Douro Superior -- isto faz-me lembrar Barthes, mas adiante! O que vos quero mostrar são dois excertos da escrita de Rentes disponíveis na net. O primeiro é de 1997 e integra uma
obra colectiva oferecida a Delors:
As especiarias e o ouro eram nesse tempo, como os subsídios o são agora, a principal fonte de receita do país. Fontes aleatórias, por não dependerem de um esforço de produção ou de um planeamento, mas de situações circunstanciais e, em ambos os casos, sujeitas a influências e interesses que de longe excediam, e excedem, os de Portugal como nação.
(...) Não duvido de que a torneira dos subsídios continuará aberta, pelo menos durante algum tempo, e que daí ocorrerão benefícios. Todavia, se considero a evolução de Portugal durante a última década, logo a pergunta se põe: benefícios para quem? E a resposta é a mesma que se dava no século dezasseis: benefícios para os detentores do poder. Nesse tempo a casa real e a nobreza, hoje os políticos, os burocratas e a burguesia.
O segundo é fresquinho, publicado ontem
no seu blogue:
Apresenta-se ao lacaio uma evidência em contrário dos actos e factos do adorado? Cem evidências? Mil? Reage ele com um desdenhoso piparote dos dedos manicurados, e um ainda mais desdenhoso arreganhar dos beiços. Porque só verme recusa compreender as beneméritas intenções do Máximo, é preciso ser-se escória para desdenhar da grandeza dos seus planos, da argúcia que usa ao leme da caravela que, fôssemos melhores e mais agradecidos, há muito nos teria levado a bom porto.
Este está em lista de espera :)
ResponderEliminarQual lista?
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