Quem o diz é Rui Tavares, na sua coluna de opinião na última página do Público. Concordo. Entre muitos enganos, estou enganado porque os partidos escrevem uma coisa nos chamados "documentos programáticos" e fazem outra, muitas vezes o oposto, na sua prática política. Mas o engano que me levou a escrever este post é ilustrado pelo último parágrafo daquela crónica: «Vá votar noutro (ou noutra). Não vote em mim».
Os partidos não se decidem sobre qual dos Vitais tem razão: o Vital que defende a liberdade e responsabilidade do deputado ou o Vital que defende que o deputado é apenas um número sujeito a disciplina de voto (vulgo carregador de botões). Enquanto isso, eu não posso votar em Rui Tavares, nem noutro, nem noutra, só posso votar em partidos. Eu não posso votar em Ariana Meireles, porque ela aparece em 19.º lugar numa lista em que Rui Tavares é 3.º. Eu não quero votar PS porque não quero eleger um senhor Manuel dos Santos, que uma vez se me dirigiu do volante de um Mercedes de matrícula belga para pedir uma informação e se esqueceu de me agradecer! E não poderia votar PS, mesmo que concordasse com os "documentos programáticos", sem eleger esse senhor.
Espero que um dia seja possível votar num partido e em candidatos dentro das listas partidárias. Sentir-me-ei menos enganado.
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