26/01/2010

Os outros que cumpram as regras

A DECO costuma ser muito exigente com todos os agentes económicos para que estes cumpram à risca todas as regras que delimitam as respectivas actividades. Por exemplo, está sempre a exigir mais informação na exposição de produtos, na rotulagem, etc. Mas quando se trata da sua própria actividade, a informação não abunda...
Vem este meu comentário a propósito de uma notícia veiculada hoje - veja-se o exemplo do Público, que exibe praticamente verbatim o que consta no sítio da DECO - segundo a qual «6 em cada 10 famílias tiveram dificuldade em seguir tratamen­tos médicos devido a problemas financeiros, revela um inquérito da DECO PRO­TESTE a 1639 famílias portuguesas.»
Para eu poder acreditar que são mesmo 6 em cada 10 famílias e não 6 em cada 7 ou 6 em cada 30, mais importante do que saber que foram inquiridas 1639, seria saber, por exemplo:
  • pelo teor da notícia, presume-se que o Universo são todas as famílias portuguesas - isso é mesmo assim?
  • como foi seleccionada a amostra?
  • as 1639 inquiridas correspondem a que % de 'tentativas de inquirição'?
  • qual foi o método de recolha de informação?
  • quais foram as perguntas utilizadas para determinar a tal proporção de famílias que «tiveram dificuldade em seguir tratamen­tos médicos devido a problemas financeiros»?
Omitindo esta informação, a DECO está no mesmo plano, por exemplo: dos bancos que não revelavam convenientemente o modo de cálculo das taxas de referência; dos fabricantes de lâmpadas que não colocam no rótulo informação sobre o fluxo luminoso; dos fornecedores de VOIP que têm «informação importante sobre taxas e custos espalhada por diferentes locais» em vez de concentrada numa página de fácil acesso.

P.S. O tratamento, digamos, com muito boa vontade, jornalístico deste press release é o habitual - transcrição. É, por isso, curioso que o i coloque aspas em duas frases - como se as restantes não tivessem sido transcritas! :)

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