28/11/2009

7.º Dia

Não tenho tido muito tempo para escrever, há sete dias que não publico nenhum post neste blogue.
No meu Index na barra lateral há um blogue, que eu seguia e consultava quase diariamente, cuja feed deixou de ser alimentada também "Há 1 semana". Por uma razão muito diferente - o autor deixou-nos para sempre, faz hoje sete dias. Sabendo que estava perto do fim, nunca abdicou da frontalidade que lhe reconhecem. O penúltimo post é um bom exemplo, uma crítica frontal aos pantomineiros que nos desgovernam, perante as falinhas mansas de muita gente com tempo de antena.

20/11/2009

Sanfonia dos Derrotados

A Sónia que safou o posto de trabalho do Governador do Banco de Portugal beneficia agora das políticas sociais do MAI, que lhe arranjou um emprego. Vários notáveis derrotados nas eleições autárquicas cumprirão agora um serviço de representação do Governo, enquanto beneficiam do RSI - Rendimento Socialista de Inserção.

18/11/2009

O rank a que temos direito

O apuramento para a fase final da Copa do Mundo 2010 e os resultados dos últimos quatro jogos, permitem à Selecção recuperar o lugar no ranking FIFA, anulando o efeito Queiroz.
Se no ranking FIFA houve uma acentuada descida, seguida de recuperação, já no ranking Transparency International tem sido sempre "a subir" desde 2006. Já "subimos" 10 degraus, mas ainda estamos muito longe da Bósnia que, ao contrário do que diz o Público, é o 2.º país mais corrupto da Europa (contando a Rússia).

17/11/2009

Faroleiros de terra*

Como escrevi no dia 1 de Novembro, um comentário de Paulo Batista, dizendo que «o meu nome se encontra mal escrito» num artigo de Acácio Santos, resultou num pedido de desculpas do Farol pelo "descuido" do Acácio. Foi esse comentário assinado por "Farol da Nossa Terra" que me levou a escrever o post de 1 de Novembro, fazendo notar que havia outros "descuidos" mais importantes no artigo e que também Lino Dias se descuidara num outro.
Imediatamente após a publicação do meu post, fiz um comentário no Farol e enviei um email ao Acácio Santos. Como se vê na figura abaixo, o comentário continua, passadas duas semanas, a aguardar aprovação. O Acácio nunca respondeu ao email.



No entanto, o mesmo Acácio Santos fez questão de publicar, no DB de 6 de Novembro, uma «Correcção» à notícia, repondo o verdadeiro Paulo Jorge, em vez do errado João Paulo. Tal leva-me a supor que o Acácio ainda não percebeu os "descuidos" mais importantes da notícia. Aqui fica uma ajuda.

O que Acácio Santos escreveu O que se passou
Faltou à chamada o cidadão do PSD senhor Nuno Machado, mas este cidadão deixou escrito que se ia ausentar durante um mês e que depois regressava. Nuno Henrique Pais Machado apresentou um pedido de substituição nos termos do artigo 78.º da Lei n.º 169/99 ["Os membros dos órgãos das autarquias locais podem fazer-se substituir nos casos de ausências por períodos até 30 dias."]
(...) senhor Victor Manuel Coelho Peixeira Marques, votado com cinco votos sim e quatro não. A votação para o vogal em causa resultou em cinco votos a favor, três votos contra e um voto nulo.
Seguidamente foi chamado mais um cidadão do PSD para ocupar o lugar de Tesoureiro, o felizardo foi João Campos Moura. João Campos Moura foi chamado para ocupar, na Assembleia de Freguesia, o lugar de Victor Peixeira, que acabara de ser eleito Secretário da Junta.
(...) foi eleita a lista A com cinco votos sim e a lista B recebeu três votos não e um voto nulo. O resultado foi: A cinco votos; B três votos; um voto nulo.

*Esta designação resultou de uma 'conversa' com Alexandre Borges.

Procura-se!

15/11/2009

As minhas escolhas

A Causa das Coisas

Assírio & Alvim, 14,4€

Crónicas escritas por MEC há um quarto de século, mas que se mantêm actuais. Lei abaixo o extracto da "causa" Arranjar.


«Enquanto tudo se continuar a arranjar nada se há-se conseguir em Portugal. O mercado dos arranjos, dominado por uma multidão imensa de arranjistas e arranjões, é maior e está mais bem implantado que qualquer mercado negro. Para sair da mentalidade viciosa do arranjismo nacional, é preciso que cada português comece a distinguir entre arranjar e conseguir. Arranjar é obter algo por razões alheias ao mérito próprio e à justiça das circunstâncias - e logo representa tudo o que Conseguir, leal e esforçado, não é. O arranjismo pode ser um reflexo do subdesenvolvimento, mas também é ao mesmo tempo, o principal motor dele. Assim como não se arranjou chegar à Índia, ou acabar com a pena de morte, ou escrever Os Lusíadas ou a Mensagem, ou qualquer outras das coisas boas que os portugueses conseguiram fazer, sem truques ou manigâncias ou espertezas saloias, também não se há-de arranjar sair deste poço cultural em que caímos. Arranjar é próprio de um país miseravelmente possível («Desculpem, mas não foi possível arranjar mais...»). É preciso começar a conseguir as coisas, seja com que dificuldade for. Senão, Portugal chegará a um ponto em que nem arranjo há-de ter».

13/11/2009

Barrar Portugal



Esta peça da SIC mostra como o Governo faz o papel de apresentador do grande embuste que é o Programa Nacional de Barragens: «Este país não pode viver sem barragens e ninguém nos pode impedir de as construir». Ninguém! Ouviram? Nem os ambientalistas, nem as populações locais, nem os bota-abaixistas do costume, nem, muito menos, as espécies ameaçadas das áreas Natura 2000 afectadas pelas barragens: há um Perdigoto que não sabe de nada, desvia o assunto para um Pássaro sem pio.

O documento de que se fala «argumenta ainda que poucas barragens terão viabilidade económica». Santa ingenuidade! E desde quando a viabilidade económica é critério para aprovar os GRANDES INVESTIMENTOS que fazem Avançar Portugal? O argumento final é o benefício ambiental da produção de energia limpa. A qualidade da água vai piorar? Isso não é problema para o Perdigoto e não preocupa nenhum Pássaro.

O modelo de negócio é mais do que conhecido. Como já escrevi em 27 de Março, «os autarcas abrem as pernas à EDP, a qual paga ao Governo, dando este depois uma "parte das contrapartidas" aos autarcas.» Bem entendido que, como todos os negócios do género que os Governos de Sócrates têm feito, o Estado assume os riscos: «o modelo de concessão em vigor prevê que o Estado reduza o preço da concessão ou devolva parte dos mais de mil milhões de euros já recebidos, caso o impacte ambiental de cada projecto obrigue a uma redução da cota ou impeça mesmo a sua construção.» Só falta saber qual será a empresa que ganhará o negócio de desmantelar as barragens que não possam ser utilizadas...

09/11/2009

Coisas que realmente interessam


«Esta manhã foi também ouvido Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto que veio comprovar o amor que Pinto da Costa tem aos animais».

06/11/2009

A Vara e o pântano

Tendo em conta isto (também aqui), espero que o «salto à vara sobre o pantâno» proposto por Ana Gomes inclua o homem que segura a Vara.
Foto do Público postada por Ademar Santos em 23-3-2008

Actualização 7-11-2009 17:00
"Confirmou o i junto de fonte da investigação" que «As escutas às conversa telefónicas mantidas entre Armando Vara e José Sócrates (...) foram consideradas "criminalmente relevantes"». Ainda segundo o i, o simples facto de as escutas terem sido transcritas implica que os investigadores tenham considerado os indícios de «crime grave com uma moldura penal aplicável acima de cinco anos de prisão».
Diz a mesma notícia que «Os investigadores suspeitam que o negócio das sucatas de Godinho e a alegada corrupção de gestores e funcionários de empresas do sector empresarial do Estado, está relacionado um esquema de financiamento ilegal de estruturas partidárias, a nível nacional e local. E as suspeitas não se reduzem ao Partido Socialista

Enquanto o tema de conversas com o amigo Vara, divulgado ontem, se limitava à TVI, hoje surge em cena o amigo Joaquim, patrão do moço de recados Marcelino e de mais uns amigalhaços que costumam ser convidados da Mosca Morta na Edição da Noite.

04/11/2009

Suplementos alimentares

"Um médico urologista" afirma que, após a toma do Viagra, «alguns homens ficam com a visão azulada», o que é uma fundamental contribuição para esclarecer o chamado "caso da fruta". Estas pílulas seriam, com forte probabilidade, servidas aos árbitros para facilitar a digestão. No dia seguinte, eles viam tudo azulado.
Eu desconfio que alguns bloggers, quando escrevem sobre o (FC)Porto, também padecem de "alterações cromáticas da visão".

Dinheiro da reciclagem é mau para o ambiente

Enquanto a Galp e a EDP se multiplicam em campanhas publicitárias pró-ambiente, os seus quadros divertem-se conduzindo automóveis com uma emissão do malfadado CO2 estimada, no mínimo, em 350g por cada quilómetro percorrido. O facto de os ditos automóveis terem origem na reciclagem não serve de desculpa para este "crime ambiental".

01/11/2009

As minhas escolhas

Apesar de alguns concorrentes bastante fortes, a minha escolha para o
Prémio Lambe Botas 2009 foi feita sem hesitação. Será um prémio merecido para juntar à sua colecção de Prémios Lemniscata. Afinal, este Professor de Economia / Analista de Política Internacional, não obstante a dificuldade que revela em matéria de números, é um dos maiores bloguistas nacionais, destacando-se na produtividade lambebotística.

Descuido: a morte do artista

«Conferimos os nomes e verificámos que, realmente, houve descuido do Sr. Acácio. Pedimos desculpa em seu nome» (sublinhado meu).
É deste modo que "Farol da Nossa Terra" responde a um reparo de Paulo Batista relativamente ao facto de Acácio Santos ter errado o nome deste membro da Assembleia de Freguesia de Beijós, num artigo sobre a instalação dos órgãos autárquicos da dita freguesia. Em primeiro lugar, em abono da verdade, é preciso dizer que Acácio Santos foi muito "descuidado" nesse artigo(*), já que há diversos erros na forma como noticia (?) as votações realizadas. Mas há também falta de informação e de vontade ou disponibilidade para a obter, caso contrário o repórter teria compreendido que o cidadão João Moura não foi felizardo nem foi chamado para ocupar o lugar de tesoureiro, foi chamado para ocupar o lugar deixado vago na Assembleia pelo membro que acabara de ser eleito para vogal da Junta. E saberia o que é a suspensão de mandato. A "ansiedade e tristeza" não deveriam ser impeditivas da objectividade mínima que se exige a uma reportagem.

Em segundo lugar, o "descuido" não foi exclusivo de Acácio Santos, foi mesmo a imagem de marca do Farol na cobertura dos actos de instalação dos órgão autárquicos. O artigo sobre os órgãos do município manteve, durante dois dias, a informação de um suposto discurso de um elemento do CDS, o qual só teve lugar na imaginação do repórter. Manteve também a omissão de um deputado na lista de empossados. Mantém ainda a informação errada sobre a lista mais votada (A), embora isso seja um pormenor irrelevante.

O que já não é descuido é a quarta pergunta que "FNT" fez ao Presidente da Câmara. Lino Dias, um farol da ética e da deontologia jornalísticas, questiona se não será falta de ética o facto de ter sido eleito para Presidente da Mesa um membro de um partido que não foi o partido mais votado nas eleições de 11 de Outubro. Não acredito que o faça de moto próprio, pois tal seria evidência de ignorância ou má fé. Deve ter sido em nome dos tais comentários que vai ouvindo nos corredores. Então, a esses comentadores, é devido um esclarecimento:
O PS foi o partido mais votado para a AM, mas não foi o partido votado pela maioria dos eleitores. Foi votado por 'apenas' 44%. É sempre possível especular que as pessoas que votaram PSD e CDS (em conjunto, perfazem 52% dos votos expressos) não gostassem de ver empossado na presidência da mesa o cabeça de lista do PS. No entanto, tal especulação é perfeitamente dispensável, já que a mesa da Assembleia não é eleita directamente, é eleita, com toda a "ética e dignidade", pelos seus membros, incluindo os que não são eleitos para o órgão, mas aí têm assento por terem sido eleitos para outro órgão - Junta de Freguesia. É possível um partido ter a maioria de votos e não ter, sequer, a maioria de deputados municipais - foi o que aconteceu em Lisboa em 2009, o PS ganhou as eleições na AM por uma pequena margem, mas a coligação PSD-CDS-MPT-PPM tem mais deputados, graças ao maior número de Presidentes de Junta. O PS precisa de um acordo com a CDU para eleger a mesa e para aprovar os planos e orçamentos - isto é falta de "ética e dignidade"?

(*) Adenda 19:45 1-11-2009 Depois desta postagem, saiu no blogue Pardieiros Online uma versão melhorada do artigo de Acácio Santos. Apesar disso, mantém-se incorrecta a notícia da votação do vogal que foi eleito, bem como da votação para a mesa da AF.