A propaganda da EDA fez passar a ideia de que «Renováveis podem assegurar 75% da produção eléctrica nos Açores em 2018».
É evidente que há um "pequeno" problema com estas contas - ou os açorianos ficam às escuras quando falta o vento, ou tem de se instalar uma capacidade de produção muito superior ao consumo médio. Parece ser esta a opção: «É por isso que, quando a capacidade instalada permitir uma produção renovável correspondente a 60 por cento do total, haverá ocasiões em que, se não houver armazenamento, terão que ser desligados aerogeradores.»
«Face a estes condicionalismos e para potenciar o aproveitamento de energia em excesso em horas de baixo consumo, a EDA aposta na introdução de veículos elétricos no arquipélago». Pergunto eu: não seria mais racional a introdução de veículos à vela?
26/07/2010
21/07/2010
Dulce dos Prazeres Passivos Ambientais
Gosto do conceito "Passivos ambientais".
A sr.ª D.ª Dulce dos Prazeres é uma boa ilustração do mesmo.
(Imagem: Correio da Beira Serra)
A sr.ª D.ª Dulce dos Prazeres é uma boa ilustração do mesmo.
(Imagem: Correio da Beira Serra)
20/07/2010
Fractura exposta
Nos últimos tempos corria a ideia segundo a qual a esquerda detinha o monopólio das "causas fracturantes", geradoras de grandes conteúdos mediáticos, mas que em nada "ajudavam os portugueses a sair da crise".
Queriam uma fractura para "ajudar os portugueses a sair da crise"? Ela aí está, servida pela direita. Em grande, com múltiplos traumatismos e fracturas expostas. Só para mostrar à esquerda que, querendo, a direita é sempre capaz de fazer melhor!
Queriam uma fractura para "ajudar os portugueses a sair da crise"? Ela aí está, servida pela direita. Em grande, com múltiplos traumatismos e fracturas expostas. Só para mostrar à esquerda que, querendo, a direita é sempre capaz de fazer melhor!
19/07/2010
Pressão Humana
Já imaginaram o que seria o Dia de Finados em Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo?
Foto de António |
09/07/2010
A arma do crime
Pedro Santos Guerreiro faz aqui a denúncia de um crime. Faltou-lhe indicar a arma.
Foto do Público postada por Ademar Santos em 23-3-2008 |
08/07/2010
Playboy Portugal candidata ao Nobel
Estas duas moças - devotas, tanto quanto se consegue perceber pelos ícones nas paredes - tiveram uma visão de Jesus Cristo, aparentemente, no dia do casamento. Podia ter sido ao contrário - Jesus ter tido uma visão do casal - mas isso agora não interessa nada. O que interessa é que a Playboy Portugal fez uma produção artística para, supostamente, homenagear o autor do Evangelho Segundo Jesus Cristo, produção essa que fez furor nos States (Cf. Maureen O'Connor, Robert Quigley).
O que interessa é que lá pelos States a Vice-Presidente de RP da Playboy Enterprises veio dizer que «As a result of this and other issues with the Portuguese publisher, we are in the process of terminating our agreement».
Tenho para mim que haverá muitos "other issues" e a coisa não está a correr bem. Vamos ver se esta declaração da Sousa Lara lá do sítio não fará pela Playboy Portugal o que esta fez por Bruna Real...
Adenda 9-7-2010
O mundo desconhecia a existência da Playboy Portugal até à notícia Gawker. Agora, a franquia tuga é falada em todas as línguas.
A primeira tentativa de "presumível violação dos valores da marca", com RAP na capa, não resultou porque o modelo estava escanhoado. Agora, esta abundância de pelo facial, embora dentro dos padrões tradicionais das mulheres portuguesas, não é aceitável para os valores estéticos da marca. Aliás, a estética tem deixado muito a desejar na produção tuga, que até já recorreu a modelos de cera!
O que interessa é que lá pelos States a Vice-Presidente de RP da Playboy Enterprises veio dizer que «As a result of this and other issues with the Portuguese publisher, we are in the process of terminating our agreement».
Tenho para mim que haverá muitos "other issues" e a coisa não está a correr bem. Vamos ver se esta declaração da Sousa Lara lá do sítio não fará pela Playboy Portugal o que esta fez por Bruna Real...
O mundo desconhecia a existência da Playboy Portugal até à notícia Gawker. Agora, a franquia tuga é falada em todas as línguas.
A primeira tentativa de "presumível violação dos valores da marca", com RAP na capa, não resultou porque o modelo estava escanhoado. Agora, esta abundância de pelo facial, embora dentro dos padrões tradicionais das mulheres portuguesas, não é aceitável para os valores estéticos da marca. Aliás, a estética tem deixado muito a desejar na produção tuga, que até já recorreu a modelos de cera!
Lacaio armado em jagunço - II
Foto de José Goulão
Através da decisão do Tribunal de Justiça da UE, ficamos a saber que este lacaio considera que a alienação da participação de uma empresa de telecomunicações portuguesa numa empresa de telecomunicações brasileira a uma empresa de telecomunicações espanhola põe em causa «a segurança da disponibilidade da rede de telecomunicações em caso de crise, de guerra ou de terrorismo».
E eu a pensar que ele estava apenas a defender o Tratado de Tordesilhas...
Através da decisão do Tribunal de Justiça da UE, ficamos a saber que este lacaio considera que a alienação da participação de uma empresa de telecomunicações portuguesa numa empresa de telecomunicações brasileira a uma empresa de telecomunicações espanhola põe em causa «a segurança da disponibilidade da rede de telecomunicações em caso de crise, de guerra ou de terrorismo».
E eu a pensar que ele estava apenas a defender o Tratado de Tordesilhas...
07/07/2010
Lacaio armado em jagunço
Foto de José Goulão
Não conheço o sr. Vitalino Canas de lado nenhum e não faço considerações pessoais sobre o desempenho defretes papéis políticos. No entanto, é dificil resistir perante o ridículo das figuras a que este senhor se presta na praça pública...
Lacaio de um Primeiro Ministro que, para consumo interno, se faz filmar ao telefone com o "compañero" que manda(va) do lado de lá da fronteira; que iniciou uma campanha eleitoral em Valência; vem agora acusar o principal candidato ao lugar de seu amo de «ajoelhar-se aos interesses espanhóis». Citando o seu amo, dir-se-ia:
«Mas o argumento mais extraordinário que foi usado (...) é o argumento segundo o qual estamos empenhados (...) para "fazer o jeito" aos espanhóis, a soldo de Espanha. (…) Isto significa um ataque baixo, um ataque anti-democrático, um ataque que é um ataque do passado, não é um ataque dos dias de hoje. A nossa democracia não merece ouvir isto"».
A mim, que sou muito português e gosto de Espanha, o que me espanta é que o sr. Vitalino tenha ficado calado quando, há uma semana, em terras famosas pelos feitos heróicos de navegadores lusos, um representante de Portugal se ajoelhou aos espanhóis.
Não conheço o sr. Vitalino Canas de lado nenhum e não faço considerações pessoais sobre o desempenho de
Lacaio de um Primeiro Ministro que, para consumo interno, se faz filmar ao telefone com o "compañero" que manda(va) do lado de lá da fronteira; que iniciou uma campanha eleitoral em Valência; vem agora acusar o principal candidato ao lugar de seu amo de «ajoelhar-se aos interesses espanhóis». Citando o seu amo, dir-se-ia:
«Mas o argumento mais extraordinário que foi usado (...) é o argumento segundo o qual estamos empenhados (...) para "fazer o jeito" aos espanhóis, a soldo de Espanha. (…) Isto significa um ataque baixo, um ataque anti-democrático, um ataque que é um ataque do passado, não é um ataque dos dias de hoje. A nossa democracia não merece ouvir isto"».
A mim, que sou muito português e gosto de Espanha, o que me espanta é que o sr. Vitalino tenha ficado calado quando, há uma semana, em terras famosas pelos feitos heróicos de navegadores lusos, um representante de Portugal se ajoelhou aos espanhóis.
06/07/2010
A propósito dos políticos que gostam de políticos que gostam de Camões
«Deixem-me todavia recordar-vos que o grande aproveitacionismo de Camões para oportunismos de politicagem moderna não foi iniciado pela reacção. (...) Aqueles oportunismos foram iniciados com o liberalismo romântico e com o positivismo republicano. E se o Estado Novo tentou apoderar-se de Camões, devemos reconhecer que ele era o herdeiro do nacionalismo político e burguês, inventado e desenvolvido por aquele liberalismo e aquele positivismo naquelas confusões ideológicas que os caracterizavam e de que Camões não tem culpa».
Jorge de Sena
05/07/2010
Nuestros hermanos e o país irmão
Uma empresa espanhola faz uma oferta para comprar a participação de uma empresa portuguesa numa empresa brasileira. Quando está tudo preparado para a venda, o Governo de Portugal impede o negócio, vincando uma "posição ideológica" para defender "interesses estratégicos" do país. Engraçado seria o Governo do Brasil, na mesma linha ideológica e para defender "interesses estratégicos" do país, decretar a nacionalização da empresa brasileira...
Não conheço inquéritos à população brasileira sobre a bondade ideológica ou estratégica de uma eventual nacionalização da Vivo, mas conheço um inquérito à população portuguesa que me permite concluir que os portugueses não se revêem naquilo que o seu Governo define como "interesses estratégicos". Trata-se do Barómetro de Opinião Hispano-Luso, donde destaco o seguinte resultado:
Não conheço inquéritos à população brasileira sobre a bondade ideológica ou estratégica de uma eventual nacionalização da Vivo, mas conheço um inquérito à população portuguesa que me permite concluir que os portugueses não se revêem naquilo que o seu Governo define como "interesses estratégicos". Trata-se do Barómetro de Opinião Hispano-Luso, donde destaco o seguinte resultado:
- 86% dos portugueses são a favor da «supressão de todas as restrições à mobilidade e fixação de quadros, trabalhadores e empresas»
04/07/2010
As minhas escolhas
Economia Portuguesa : As últimas décadas
Fundação Francisco Manuel dos Santos, 3,5€
Quem não tiver tempo para ler as 90 e tal páginas, pode passar directamente aos gráficos, são bem elucidativos.
Em termos absolutos, o nosso PIB é hoje o dobro do que era antes do 25 de Abril. No entanto, em termos relativos, pouco nos aproximámos dos países mais desenvolvidos, com a agravante de termos "andado para trás" na última década.
Nos últimos 20 anos do Estado Novo a economia cresceu sustentada (também) nos ganhos de produtividade. Depois de 1974, a economia cresceu (quando cresceu!) à custa do aumento da taxa de actividade, do dinheiro que nos "deram" (comprimidos azuis) e do endividamento.
«No futuro, nem as disponibilidades de financiamento externo nem a reserva de mão-de-obra voltarão a estar disponíveis da mesma forma. Torna-se assim claro o grande problema da economia portuguesa: a produtividade no longo prazo».
Fundação Francisco Manuel dos Santos, 3,5€
Quem não tiver tempo para ler as 90 e tal páginas, pode passar directamente aos gráficos, são bem elucidativos.
Em termos absolutos, o nosso PIB é hoje o dobro do que era antes do 25 de Abril. No entanto, em termos relativos, pouco nos aproximámos dos países mais desenvolvidos, com a agravante de termos "andado para trás" na última década.
Nos últimos 20 anos do Estado Novo a economia cresceu sustentada (também) nos ganhos de produtividade. Depois de 1974, a economia cresceu (quando cresceu!) à custa do aumento da taxa de actividade, do dinheiro que nos "deram" (comprimidos azuis) e do endividamento.
«No futuro, nem as disponibilidades de financiamento externo nem a reserva de mão-de-obra voltarão a estar disponíveis da mesma forma. Torna-se assim claro o grande problema da economia portuguesa: a produtividade no longo prazo».
03/07/2010
Os americanos devem estar loucos
Vocês querem lá ver? Então não é que uns investigadores da Duke University resolveram publicar um working paper no National Bureau of Economic Research dizendo que a utilização dos computadores para tarefas escolares diminui o desempenho dos alunos na leitura e na matemática?
Os autores são claros ao afirmar que as associações positivas que habitualmente se encontram entre posse de computador e acesso a internet e desempenho escolar se devem a outras variáveis não consideradas nesses modelos. Pelo contrário, quando se mede o efeito da utilização de computador numa coorte de alunos que passaram a utilizá-lo a partir do 5.º ano, resulta um efeito que eu reputaria cagagesimal, mas negativo: «students who gain access to a home computer between 5th and 8th grade tend to witness a persistent decline in reading and math test scores.»
A explicação não é difícil de encontrar e é compatível com algumas ideias que já apresentei aqui anteriormente. Os efeitos da utilização de computadores são benéficos nas famílias mais escolarizadas, onde os pais controlam essa utilização. Nas famílias de classe social mais baixa, apresentadas como as grandes beneficiárias dos programas e-escola e e-escolinha, os pais não têm competência para analisar e controlar a utilização do computador para fins de aprendizagem. Usando a expressão dos autores, «unproductive uses may not only crowd out productive computer time, but may also crowd out offline studying.» Ou seja, o computador torna-se (mais) numa barreira à aprendizagem.
Logo, a conclusão política: «for school administrators interested in maximizing achievement test scores, or reducing racial and socioeconomic disparities in test scores, all evidence suggests that a program of broadening home computer access would be counterproductive.» Parece-me tão claro que até alguém que "fez" Inglês por fax seria capaz de entender.
Perante isto, aumenta a minha convicção de que o *brilhante* programa Magalhães, para além de um favor à J. P. Sá Couto, pode ter sido um bom negócio para a Intel ou a PT, mas foi (continua sendo!) um péssimo negócio para o contribuinte. Os únicos efeitos benéficos para as famílias "desfavorecidas" serão um rendimento adicional ou o aumento da capacidade de resistência à "violência policial".
Leitura adicional:
Para que serve a Internet? Beijós XXI, Outubro de 2008
Os autores são claros ao afirmar que as associações positivas que habitualmente se encontram entre posse de computador e acesso a internet e desempenho escolar se devem a outras variáveis não consideradas nesses modelos. Pelo contrário, quando se mede o efeito da utilização de computador numa coorte de alunos que passaram a utilizá-lo a partir do 5.º ano, resulta um efeito que eu reputaria cagagesimal, mas negativo: «students who gain access to a home computer between 5th and 8th grade tend to witness a persistent decline in reading and math test scores.»
A explicação não é difícil de encontrar e é compatível com algumas ideias que já apresentei aqui anteriormente. Os efeitos da utilização de computadores são benéficos nas famílias mais escolarizadas, onde os pais controlam essa utilização. Nas famílias de classe social mais baixa, apresentadas como as grandes beneficiárias dos programas e-escola e e-escolinha, os pais não têm competência para analisar e controlar a utilização do computador para fins de aprendizagem. Usando a expressão dos autores, «unproductive uses may not only crowd out productive computer time, but may also crowd out offline studying.» Ou seja, o computador torna-se (mais) numa barreira à aprendizagem.
Logo, a conclusão política: «for school administrators interested in maximizing achievement test scores, or reducing racial and socioeconomic disparities in test scores, all evidence suggests that a program of broadening home computer access would be counterproductive.» Parece-me tão claro que até alguém que "fez" Inglês por fax seria capaz de entender.
Perante isto, aumenta a minha convicção de que o *brilhante* programa Magalhães, para além de um favor à J. P. Sá Couto, pode ter sido um bom negócio para a Intel ou a PT, mas foi (continua sendo!) um péssimo negócio para o contribuinte. Os únicos efeitos benéficos para as famílias "desfavorecidas" serão um rendimento adicional ou o aumento da capacidade de resistência à "violência policial".
Leitura adicional:
Para que serve a Internet? Beijós XXI, Outubro de 2008
02/07/2010
Arma de arremesso
Por tudo e por nada, os políticos usam a expressão "arma de arremesso". Por exemplo, o Secretário de Estado Paulo Campos (é vê-lo aqui a pedir para me arremessarem um livro - obrigado Sr. Secretário de Estado, já cá o tenho!) disse recentemente que a Comissão de Inquérito sobre a Fundação para as Comunicações Móveis é «uma arma de arremesso político contra um dos programas mais importantes de combate à infoexclusão em Portugal».
Ora bem, agora temos a prova de que esse "programa" é, literalmente, uma arma de arremesso, não no combate à infoexclusão, mas antes no combate à polícia:
«Como é que gente que vive do Rendimento Social de Inserção se pode dar ao luxo de atirar computadores contra a polícia?». É ler aqui.
Ora bem, agora temos a prova de que esse "programa" é, literalmente, uma arma de arremesso, não no combate à infoexclusão, mas antes no combate à polícia:
«Como é que gente que vive do Rendimento Social de Inserção se pode dar ao luxo de atirar computadores contra a polícia?». É ler aqui.
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